quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Quinta-feira, dia 27 de Dezembro de 2007- REFLEXÃO DIÁRIA DA PALVRA DE DEUS

Evangelho segundo S. João 20,2-8.

Correndo, foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo, o que Jesus amava, e disse-lhes: «O Senhor foi levado do túmulo e não sabemos onde o puseram.»
Pedro saiu com o outro discípulo e foram ao túmulo.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo correu mais do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.
Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão,
ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.
Então, entrou também o outro discípulo, o que tinha chegado primeiro ao túmulo. Viu e começou a crer.

Comentário ao Evangelho do dia feito por : Papa Bento XVI
O ensinamento do Apóstolo S. João

O ensinamento do Apóstolo S. João


Se existe um assunto característico que mais sobressai nos escritos de João, é o amor. Não foi por acaso que quis iniciar a minha primeira Carta encíclica com as palavras deste Apóstolo: "Deus é amor (Deus caritas est); quem está no amor habita em Deus e Deus habita nele" (1 Jo 4, 16). É muito difícil encontrar textos do género noutras religiões. Portanto, tais expressões põem-nos diante de um dado verdadeiramente peculiar do cristianismo. Certamente João não é o único autor das origens cristãs que fala do amor. Sendo este um elemento essencial do cristianismo, todos os escritores do Novo Testamento falam dele, mesmo se com acentuações diferentes. Se agora nos detemos a reflectir sobre este tema em João, é porque ele nos traçou com insistência e de modo incisivo as suas linhas principais. Portanto, confiemo-nos às suas palavras. Uma coisa é certa: ele não reflecte de modo abstracto, filosófico, ou até teológico, sobre o que é o amor. Não, ele não é um teórico. De facto, o verdadeiro amor, por sua natureza, nunca é meramente especulativo, mas faz referência directa, concreta e verificável a pessoas reais. Pois bem, João, como apóstolo e amigo de Jesus mostra-nos quais são os componentes ou melhor as fases do amor cristão, um movimento caracterizado por três momentos.
O primeiro refere-se à própria Fonte do amor, que o Apóstolo coloca em Deus, chegando, como ouvimos, a afirmar que "Deus é amor" (1 Jo 4, 8.16). João é o único autor do Novo Testamento que nos dá uma espécie de definição de Deus. Ele diz, por exemplo, que "Deus é Espírito" (Jo 4, 24) ou que "Deus é luz" (1 Jo 1, 5). Aqui proclama com intuição resplandecente que "Deus é amor". Observe-se bem: não é simplesmente afirmado que "Deus ama", nem sequer que "o amor é Deus"! Por outras palavras: João não se limita a descrever o agir divino, mas procede até às suas raízes. Além disso, não pretende atribuir uma qualidade a um amor genérico e talvez impessoal; não se eleva do amor a Deus, mas dirige-se directamente a Deus para definir a sua natureza com a dimensão infinita do amor. Com isto João deseja dizer que o constitutivo essencial de Deus é o amor e, portanto, toda a actividade de Deus nasce do amor e está orientada para o amor: tudo o que Deus faz é por amor, mesmo se nem sempre podemos compreender imediatamente que Ele é amor, o verdadeiro amor.



Quinta-feira, dia 27 de Dezembro de 2007- SANTO DO DIA

SÃO JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA


João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor, mesmo que leia superficialmente os seus escritos, percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.
João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à acção. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário: "No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus."
Ele está entre os mais íntimos de Jesus e nas horas mais solenes de sua vida João está perto. Está a seu lado na hora da ceia, durante o processo, e único entre os apóstolos, assiste à sua morte junto com Maria. Mas contrariamente a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João não era um homem fantasioso e delicado. Bastaria o apelido humorista que o Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: "Filhos do trovão" para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até aparecendo intolerante e cáustico.
No seu Evangelho designa a si mesmo simplesmente como "o discípulo a quem Jesus amava." Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável amizade, podemos adivinhar uma certa analogia entre a alma do Filho do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só trazer a paz mas também o fogo. Após a ressurreição, João está quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na epístola aos gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas na Igreja.
No Apocalipse, João diz que foi perseguido e degredado para a ilha de Patmos "por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo". Conforme uma tradição unânime ele viveu em Éfeso em companhia de Maria e sob o imperador Domiciano foi colocado dentro de uma caldeira com óleo a ferver, mas saiu ileso e todavia com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos voltou definitivamente para Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, resultando em três cartas, acolhidas entre os textos sagrados, assim como o Apocalipse e o Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império de Trajano (98-117), onde foi sepultado.




Patriarca de Jerusalém faz apelo pela paz nos lugares santos

O patriarca latino de Jerusalém, Dom Michel Sabbah, lançou apelo pela paz no Oriente Médio, durante a tradicional Missa do Galo celebrada em Belém, na noite de Natal. "Esta terra pertence a Deus. Não deve ser para uns uma terra para viver e para outros um lugar de ocupação e uma prisão política", disse Dom Sabbah. "Todos aqueles reunidos aqui por Deus deveriam ter uma vida, segurança e dignidade", acrescentou em sua língua materna, o árabe.

A Igreja da Natividade de Belém - construída no local onde Jesus nasceu - ficou lotada, com fiéis de todas as partes do mundo. Desde o início da segunda Intifada em 2000, o Natal não podia ser celebrado com tranqüilidade na Cisjordânia, como foi este ano. Mesmo assim, israelenses e palestinos continuam sem conseguir um acordo de paz.

Os palestinos esperam que esta situação viabilize a visita de peregrinos: "Comemorar o Natal em Belém era um sonho que se tornou realidade. Esperamos isto durante anos", disse uma peregrina na Terra Santa.

Papa denuncia: cristãos ainda hoje são perseguidos por fidelidade


Da Redação, com Rádio Vaticano

"No mundo de hoje, os católicos ainda são perseguidos, presos e torturados por sua fé em Cristo, e algumas vezes, também sofrem e morrem por sua comunhão com a Igreja universal e pela fidelidade ao Papa".

Esta foi a denúncia feita por Bento XVI esta manhã, durante a oração do Angelus na Praça São Pedro, dedicada à memória litúrgica de Santo Estevão – primeiro mártir cristão. "Quantos filhos e filhas da Igreja seguiram este exemplo ao longo dos séculos – explicou o Papa. Desde a primeira perseguição, em Jerusalém, à praticada pelos imperadores romanos, até a longa lista dos mártires de nossos dias...".

"Ainda hoje, não raramente, temos notícias, de várias partes do mundo, sobre missionários, bispos, religiosos, religiosas e fiéis leigos perseguidos, presos, torturados, privados da liberdade ou impedidos de exercê-la por serem discípulos de Cristo e apóstolos do Evangelho".

"Ainda se sofre e se morre por causa da comunhão com a Igreja universal e a fidelidade ao Papa" – lamentou Bento XVI.

O Papa continuou recordando a experiência do mártir vietnamita Paolo Le-Bao-Thin (morto em 1857), notando que seu sofrimento se transformou em alegria mediante a força da esperança, que provém da fé. Assim como Cristo, e mediante a união com Ele, "aceitou no seu intimo a cruz, a morte; e a transformou num gesto de amor. Aquilo que visto do externo, parece violência brutal, tornou-se, a partir o do interno, um ato de amor, de doação total. Assim, a violência pode se transformar em amor, e a morte, em vida. O mártir cristão atualiza a vitória do amor sobre o ódio e a morte".

Nas saudações, o Papa pediu aos fiéis que mantenham, nestes dias, o clima espiritual de alegria e serenidade do Natal, e concedeu a todos a sua benção.